segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
Aprender ao Longo da Vida: A Revolução Educativa
"A necessidade de aprender ao longo da vida é hoje uma ideia admitida por toda a gente. Mas o que quer isso dizer exactamente? Trata-se, de facto, de olhar para a educação como um contínuo que se desenrola desde a primeira infância até ao fim da vida. Engloba todas as oportunidades de aprendizagem: educação familiar, educação formal desde o pré-primário à universidade, educação não formal e informal, formação profissional, educação popular, autoformação, formação para o trabalho, formação pela intervenção na sociedade civil, universidades de tempos livres, etc. Segundo a Comissão Europeia, define-se como “as actividades de aprendizagem, empreendidas em qualquer momento da vida, com o fim de melhorar conhecimentos, qualificações e competências, numa perspectiva pessoal, cívica, social e/ou associada ao emprego”. Contudo, embora seja objecto de unanimidade, a ideia de aprender ao longo de toda uma vida ainda é confusa e imprecisa. É por vezes entendida como um regresso à escola e pode fazer recordar uma situação de insucesso. No quadro de uma ruptura profissional, assemelha-se a uma “bóia de salvação” ou a um “SOS Formação”. A educação ao longo da vida é, por vezes e erradamente, assimilada a formação contínua de adultos, ou mesmo a uma segunda oportunidade ou a um ensino de recuperação. Impõe-se, assim, um esforço de clarificação.
Ocorreu, de facto, um longo processo desde Confúcio: a ideia de aprender ao longo da vida é tão antiga como a civilização. Confúcio, filósofo chinês (551 a 479 aC) tinha já recomendado: “Revê constantemente o que já sabes. Estuda permanentemente coisas novas. Assim te tornarás um mestre”. Até ao século XIX, filósofos, investigadores, religiosos, actores económicos e sociais, assim como políticos, defenderam a causa da educação permanente. Foi o caso, por exemplo, de Lutero, Rabelais, Comenius, Grundtvig ou Condorcet. É de notar que, no século VII, um “hadith” profético, comentando o Alcorão, preconizava: “Procurem o saber desde o berço até ao túmulo”. Foi durante a revolução industrial que emergiu a necessidade de desenvolver uma formação contínua. E foi também em 1809 que o americano H. Chard inventou uma máquina para ensinar a ler, a que chamou “Mode of Teaching Reading” (maneira de ensinar a ler) e que patenteou. É a primeira patente conhecida de uma máquina didáctica."
Yves Attou, actual Presidente do Comité Mundial para a Educação e Formação ao longo da Vida
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ALV,
Divulgação,
Educação e Formação de Adultos
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