domingo, 20 de fevereiro de 2011

As Competências-Chave dos Educadores de Adultos em Portugal

Nas III Jornadas de Educação e Formação de Adultos, foi apresentado um estudo coordenado pelas Professoras Albertina L. Oliveira e Teresa Pinto, da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação desta Universidade sobre as Competências-Chave dos Educadores de Adultos.

O estudo pretendeu clarificar e alcançar um consenso alargado sobre as competências-chave dos educadores de adultos, a partir da perspectiva de diferentes especialistas, com trabalho reconhecido neste domínio, em Portugal.

A metodologia adoptada foi a “Técnica Delphi”, considerada a mais adequada quando se procura chegar a um consenso válido em assuntos sobre os quais não há ainda um conhecimento consolidado, tendo por base a opinião de um grupo de especialistas.
Os resultados reflectem o que as pessoas pensam verdadeiramente, guardando-se o anonimato. A discussão decorre com feedback controlado: tratamento estatístico das respostas, dando-se a cada participante uma indicação da sua posição individual relativamente à média do grupo. Assim, cada membro do painel tem oportunidade de repensar a sua opinião, comparativamente às opiniões expressas por todos os outros elementos.

O Painel Delphi era composto por 14 individualidades, entre académicos, especialistas em políticas públicas de educação e formação de adultos e em planeamento e gestão de programas, formadores e profissionais de reconhecimento e validação de competências.

A lista inicial continha 70 itens de competências-chave. As 15 mais votadas no final do processo de consultas Delphi foram as seguintes:
1) Manifestar uma conduta ética (respeitar o sigilo e agir de acordo com a ética profissional) – 89 pontos.
2) Ser capaz de assumir o papel de facilitador de aprendizagem – 85.
3) Ter domínio dos métodos e das técnicas de educação, formação e aprendizagem de adultos – 84,5.
4) Ser capaz de gerir projectos de educação de adultos que incentivem a aprender ao longo da vida, o que pressupõe sempre muita criatividade e empreendedorismo por parte do Educador e a sua abertura ao desenvolvimento de um processo de reflexão-acção em permanência – 83.
5) Ser capaz de proceder a processos de reconhecimento de adquiridos experienciais, usando-os como ponto de partida para a construção de situações formativas – 83.
6) Ser capaz de iniciar o processo de aprendizagem com a criação de condições emocionais propícias e utilizar aquilo que o participante já sabe ou faz, ou seja, utilizando o concreto-real como ponto de partida, de modo a que o acto formativo seja mais bem conseguido – 83.
7) Ter domínio de métodos e técnicas de concepção, planificação, gestão, organização, desenvolvimento, acompanhamento, controlo e avaliação dos processos de educação, formação e aprendizagem dos adultos – 82.
8) Ser capaz de dar feedback adequado, relativo aos progressos do grupo e à evolução de cada participante – 81.
9) Ser capaz de construir um projecto em torno das intencionalidades educativas, emergentes dos interesses e necessidades dos adultos, com metodologias apropriadas (activas, participativas e construtivistas ou mais tradicionais) e conteúdos contextualizados e contextualizadores – 80,5.
10) Ser capaz de lidar adequadamente com os aspectos afectivos e emocionais inerentes à relação – 80,5.
11) Aprender a aprender – 80,5.
12) Ser capaz de induzir tarefas e dinâmicas potenciadoras de auto-reflexão – 80.
13) Ser capaz de desenvolver um currículo e uma metodologia de trabalho “à medida”, ajustando os conteúdos e os percursos em função de cada pessoa adulta, tendo em conta os seus contextos de vida pessoal, social e profissional – 80.
14) Ser capaz de inspirar confiança, motivar e encorajar – 79,5.
15) Ser capaz de co-responsabilizar e mobilizar o adulto para novos cenários de aprendizagem, encorajando-o a aprender mais – 79,5.

fonte: o direito de aprender

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